EUA – A festa do chá de Boston
A jornada do café nos EUA começou em 1654, quando o Green Dragon de Boston abriu suas portas. Lá figuras como John Adams, James Otis e Paul Revere se reuniram para discutir rebeliões e estratégias revolucionárias. As tavernas e cafés nos EUA compartilhavam o mesmo espaço.
A Festa do Chá de Boston
A causa imediata da Festa do Chá foi a controversa Lei do Chá, imposta pelo Parlamento britânico em 1773, que concedia um monopólio de venda de chá à Companhia das Índias Orientais. Com efeito, esta lei reduziu os impostos sobre o chá exportado para as colônias, tornando o chá britânico mais barato do que o contrabandeado. No entanto, muitos colonos consideraram essa legislação como uma tentativa injusta de impor impostos sem a representação adequada no Parlamento.
Em protesto contra a Lei do Chá, um grupo de colonos, disfarçados como nativos americanos, a fim de evitar represálias, invadiu três navios cargueiros britânicos ancorados no Porto de Boston: o Dartmouth, o Eleanor e o Beaver. Os manifestantes, liderados por figuras como Samuel Adams e Paul Revere, lançaram 342 caixas de chá ao mar.
Este ato foi uma resposta direta às políticas fiscais britânicas consideradas opressivas. Os colonos, ao destruir o chá, expressaram sua recusa em aceitar impostos sem representação e desencadearam uma série de eventos que eventualmente levaram à Guerra de Independência dos Estados Unidos em 1775.
A histeria anti-chá e o consumo de café nos EUA
Os estadunidenses, como um ato patriótico, passaram a evitar o chá, impulsionando a ascensão do café. A “histeria anti-chá” se espalhou rapidamente, culminando na resolução do Congresso Continental contra o consumo de chá.
O consumo médio de café nas colônias cresceu exponencialmente, passando de 0,19 libras per capita em 1772 para 1,41 libras per capita em 1799 – um aumento de mais de sete vezes. Os estadunidenses apreciaram não apenas o gosto do café, mas também sua acessibilidade, cultivado mais próximo e mais barato do que o chá.
Além disso, a dependência do café cresceu à medida que os Estados Unidos se beneficiaram do tráfico de escravos, que tornava o café mais acessível. Ao longo do século XIX, os estadunidenses passaram a contar cada vez mais com o café cultivado em seu próprio hemisfério, solidificando sua posição como grandes consumidore de café.
Assim chegamos ao fim da nossa série Café No Mundo. Agora você está preparado para dar uma volta no nosso mundo de cafés especiais, que tal começar com um combo de cafés do Café Campeiro?
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